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leia maisO fim da ditadura foi marcado pela retomada das liberdades democráticas, pela reorganização da sociedade civil, assim como pela realização de eleições livres em todos os níveis de governo. Uma assembleia constituinte escreveu, com participação popular, a Constituição Estadual de 1989. Parlamentos e executivos adotaram medidas de transparência e controle públicos. Os catarinenses, atentos ao que ocorria no país, e não ficaram de braços cruzados: pelo contrário, mobilizações no estado, tanto na campanha das "Diretas já", quanto no impeachment de Fernando Collor, levaram milhares de pessoas às ruas para lutarem por mudanças. Além disso, a organização sindical e associativa no estado cresceu, junto com a luta por direitos trabalhistas.
Assim como em outros países da América Latina, a pretexto de combater o comunismo no Brasil, os militares deram um golpe em 1964 para privilegiar interesses de grupos civis, golpe que duraria mais de 20 anos de repressão e violência. A ditadura cassou os direitos políticos de três presidentes da República anteriores ao regime, seis governadores estaduais, dois senadores, 63 deputados federais, cerca de 300 deputados estaduais e vereadores, mandou para a reserva 77 oficiais do exército, 14 da marinha e 31 da aeronáutica, expurgou 24 dos 91 generais, exonerou cerca de dez mil funcionários públicos, 70% das confederações e sindicatos com mais de 5 mil trabalhadores foram fechados e foram abertas cinco mil investigações, atingindo quarenta mil pessoas. Ainda que a tortura tenha feito parte de todo o período ditatorial, depois do Ato Institucional n. 5 (AI-5), do final de 1968, ela se tornou muito pior, muito mais institucionalizada, violenta e rotineira. Os efeitos sobre aqueles que estiveram nos porões da ditadura nunca serão totalmente conhecidos. Santa Catarina não ficou imune ao processo ditatorial. Além do estabelecimento de governos municipais formados por apoiadores do regime, o estado teve participação efetiva em dois grandes momentos da resistência à ditadura: a Operação Barriga Verde e a Novembrada.
Em março de 1930 foram realizadas eleições presidenciais e o candidato governista, Júlio Prestes, representante dos cafeicultores paulistas, foi eleito, em pleito marcado por fraudes. A Aliança Liberal, formada por mineiros, gaúchos e paraibanos, que tinha Getúlio Vargas como candidato a presidência, recusou-se a aceitar o resultado e passou a articular uma revolta armada que garantisse a chegada de Vargas ao poder. Em 3 de outubro, em Porto Alegre, iniciou-se a Revolução de 1930. Uma Junta Militar governou o Brasil até passar o poder a Getúlio em 3 de novembro. De 1937 a 1945, o Brasil passou pela primeira ditadura após a proclamação da República: era o Estado Novo. Vargas impôs a censura aos meios de comunicação, reprimiu a atividade política, perseguiu e prendeu inimigos políticos. Por outro lado, adotou medidas econômicas nacionalizantes e deu continuidade à política trabalhista com a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), publicou o Código Penal e o Código de Processo Penal. Santa Catarina foi diretamente atingida pela política do Estado Novo. Na ânsia de criar um sentimento nacional entre os brasileiros, o governo Vargas proibiu o uso de línguas estrangeiras pela população. Em cidades como Joinville e Blumenau, por exemplo, onde a colonização ainda mantinha as raízes alemãs, os moradores sofreram. Getúlio Vargas foi deposto em 29 de outubro de 1945, por um movimento militar liderado por generais que compunham o próprio ministério. A principal herança política de Vargas foi, provavelmente, o populismo. O presidente se comunicava de maneira simples e popular com as massas, o governo utilizava o rádio divulgando os avanços e ganhos dos trabalhadores, o que lhe garantiu a alcunha de - pai dos pobres -. Os políticos que vieram em seguida souberam utilizar desse modelo para se estabelecerem no poder - inclusive o próprio Getúlio, reeleito em 1951 -, até a deposição de João Goulart, em 1964.
Em 15 de novembro de 1889, um movimento militar destronou o imperador D. Pedro II, dando origem à Primeira República, também conhecida como República Velha. O período entre a Proclamação da República e a Revolução de 1930 foi dividido em dois momentos: a República da Espada e a República Oligárquica. Na República da Espada, até 1894, o país foi governado por dois presidentes militares: os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Floriano ficou conhecido como o Marechal de Ferro, principalmente pela forma como reprimiu a Revolta Federalista no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Mandou fuzilar os adversários na Ilha de Anhatomirim, na capital catarinense, então chamada Desterro, e, depois, para mostrar autoridade e poder, decretou a mudança do nome da cidade para Florianópolis, ou cidade de Floriano. Na oposição a Floriano estavam as novas figuras da elite econômica que desejavam ampliar o poder por meio de um regime com maior autonomia às esferas regionais. Com a nova eleição para presidente, em setembro de 1893, o marechal não conseguiu fazer um sucessor, sendo eleito Prudente de Morais, o primeiro presidente brasileiro eleito de forma direta. Era o início da República Oligárquica, que durou até 1930 e se caracterizou por dar maior poder para as elites regionais, em especial do sul e sudeste do país.